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Dicas para ajudar na concentração.

Dicas para ajudar na concentração.

Crianças e adultos, medicados ou não, com algum déficite de atenção se beneficiam de estratégias de apoio na regulação da atenção e otimização de novos padrões.
Disponibilizo dicas que podem ser usadas por pais, professores e pelos próprios adultos.
Contextualizo as estratégias em situações lingüísticas e de comunicação pois sempre trabalho a questão das habilidades lingüísticas envolvendo a tenção.
Procuro aproveitar o potencial global do cérebro e não apenas partes fracionadas, assim temos uma melhor performance. De modo simplificado: tento associar a parte criativa com a parte objetiva do cérebro.

Para os adultos:

Perca menos as coisas!!

Levante quais os “esquecimentos” mais freqüentes, e os coloque numa rotina de lugar e uso para que lembrar deles, seja automatizado e engramado pelo cérebro de forma mais fácil
1)Levante quais objetos mais perde

Sobre os objetos que mais perdem ou esquecem como chave, celular,  óculos;
Estojo, lancheira, casaco:
A primeira coisa é ter vários deles, pra solucionar imediatamente o problema.
2) tenha vários deles

NÂO adianta punir o esquecimento, pois ele não é intencional. Lembrem –se disso. A punição só trará mais sofrimento a criança e frustração ao adulto

Um claviculario ( porta chaves) perto da porta de entrada da casa, A VISTA, ajuda a criar o habito de sempre colocar a chave no mesmo lugar.
 Com o tempo isso vira habito e a rotina impede o esquecimento ser tão freqüente.
Se é costume chegar com muitas coisas nas mãos, estabeleça próximo ao claviculario uma caixa para abrigar celular, óculos  e remédios.
Assim todo material pequeno terá um lugar próprio  para ser depositado.
O lugar tem que ser de fácil acesso e a vista.
Não vale caixa com tampa, ou da mesma cor que a decoração ou que exija um pensamento a mais para ser utilizado.
 Tem que chegar e jogar os objetos, mas de forma rotineira.
 Contas  a pagar, correspondencias e demais papeis também devem ter um lugar próprio. Visível. De fácil acesso, no caminho e sem tampa.
 Gavetas não servem! Tem que ser vistos de alguma forma.
E não devem ser moveis pra não saírem do lugar de rotina.
3) lugar fixo,  a vista, a mão e no caminho.  Fácil acesso, em destaque.

Retomando:
1)Levante quais objetos mais perde
2) tenha vários deles
3) guarde-os em lugar fixo a vista, a mão e no caminho.  Fácil acesso, em destaque.



Diminua as multas de transito!

Ir no caminho rotineiro da casa ao trabalho observando, onde estão os  pardais e estabelecendo pontos visuais que os antecedem .
 exemplo: logo depois da posto tem um pardal; depois da ponte tem um cruzamento importante.
Anotar esses pontos que merecem atenção e fazer com eles uma estratégia visual.
Vale imaginar uma foto, um filme, uma estória, imaginar um amigo em cada ponto desses etc. e liga- los num enredo.
Exemplo:
Um homem me ligou desse orelhão e me avisou q tinha uma caixa depois da ponte com dinheiro roubado da moça q mora depois do quebra mola, e assim vai...
 Ideal é que se divida o enredo em 5 em 5 estratégias divididas por atividade também.
 
O uso de GPS que avisa os lugares dos pardais também é de grande valia, mas não trabalha o controle interno e nem as habilidades lingüísticas, por isso prefiro a estratégia interna. Mas ambos podem ser usados no condicionamento.

Na construção dessa estratégia é necessário duas pessoas. Você e uma colega para fazer as anotações que você dirá a ele. Mas VOCÊ  terá que dizer o que ele deve anotar senão, não terá eficiência essa anotação.

Retomando:
1) ache os pardais
2) anote onde estão com uma referencia visual ( foto mental)
3) insira-os num contexto artisitico


Tenha mais tempo!!! Chegue na hora!

 Os mesmo passos devem ser usados nas atividades do trabalho, que são mais abstratas. Estabeleça uma rotina de ações e insire-as num contexto melódico, poético, rítmico, artistico ou emotivo para lembrar se de cumpri-las sem desgastes.
Use a imagem mental como guia e ordenador das seqüências que não podem ser esquecidas.
Organize seu tempo com um relógio de ponteiros a sua frente.
 Coloque como objetivo cumprir seus passos e só depois de cumpri- los acrescente  novas tarefas ou resolva atividades extras.
Assim  ganhara tempo e  eficiência.
Retome o seu contexto escolhido varias vezes; Evocando a musica, a poesia, o filme, a estória, enfim, a sua estratégia de lembrança das atividades  por inteiro, repassando todos os passos.
 Isso é um recondicionamento, portanto requer repetição mental com apoio visual.

Retomando:
1)      Rotina
2)      imagem
3)      tempo
Retome o seu contexto escolhido varias vezes



Para as crianças:

Escove os dentes, tampe  a pasta, dê descarga, tire a toalha molhada da cama....

Estratégia pra crianças é fazer uma ficha com figuras, colagens,pinturas, e pregar na porta do banheiro com a seqüência de tarefas a serem realizadas.

Pasta de dente com tampa e a tampa sinalizada. E lembra-lá a de alem de escovar os dentes fechar  a pasta, o mesmo vale para a torneira, etc

Se na porta do banheiro não for suficiente ( e na maioria das vezes não é) pregue uma figura de lembrete, na descarga, na torneira, na pasta de dente...
Convém desenhar um toalha o chão sendo comida por um grande micróbio ou algo lúdico assim pra q ela lembre de  recolher a toalha do chão..


Essas figuras de lembrete devem ser criadas com as crianças. Não precisam ser  requintadas, mesmo porque terão que ser trocadas sempre pra manter o interesse e a novidade. Devem ser uma obra de arte com motivo de orgulho no fazer  e admiração no contemplar.

Assim que a criança for ganhando autonomia vai acostumando a checar os itens no papel da porta e ver se faltou algum antes de ir embora.

É importante condicionar a criança a checar as figuras e não relembrá- la item por item.. Assim incentivamos o controle interno e não a dependência do controle externo.

Insira num contexto lúdico contando uma historinha e vale dar reforços sentimentais.

Não dê presentes para as obrigações que realizou bem, mas envolva a criança com recompensas amorosas.
 Estamos falando de pessoas que valorizam relações mais que objetos.

Não barganhe. Esclareça que o papel esta lá para lembrá-la e não pra puni-la.
 E vale ganhar estrelinhas, beijinhos, completar desenhos, fazer corações coloridos num quadro toda vez que checar as figuras.

O objetivo é estabelecer uma rotina e condicionar a criança a atos que pra ela não são importantes.
 E evitar perder-se em discursos sobre moral, certo ou errado que apenas enfadonham e entristecem as crianças. Mesmo porque, elas não ouvirão...!


Era uma vez, num reino encantado.....

Crianças pensam no concreto. Coloque um item a ser observado pra cada ano da criança.
por ex: se tem 6 anos, terá q observar 6 itens em cada atividade.
Para cada 6 itens uma estória. Ou a cada 5 pra usar uma maozinha como apoio visual

Ex: uma joaninha de 6 patinhas foi a escola.
Levou o estojo
A lancheira
O casaco
A garrafinha
O dever de casa
E os óculos.

No estojo havia uma caneta brilhante.
Na lancheira uma bolacha que dançava.
Na garrafinha um suco com gelos saltitantes
O dever de casa encantado
E o óculos de visão de raio x

Era uma joaninha muito esperta que todo dia inventava uma coisa nova. ( deixe a criança criar uma situação. (UMA apenas)

Se foi a  escola e checou esses elementos, ao checar da escola também checa-se esses elementos:
a joaninha foi a escola hoje
E do estojo usou sua caneta brilhante,
Da lancheira comeu sua bolacha q dançava,
Da garrafinha bebeu suco com gelos saltitantes
Trouxe novo dever encantado
E voltou com óculos de visão de raio x
No colégio ela inventou uma coisa: ela fez.... ( e estimule a criança a lembrar de alguma atividade que realmente aconteceu na escola) combine que tem que ser uma coisa q aconteceu de verdade e pode explicar que é pra treinar a memória.

A idéia é jogar limpo com a  criança e encantá-la no contexto e a não enganá-la com uma historinha qualquer...
 
Dessa forma estamos condicionando a criança a repassar os itens que não podem ser esquecidos na escola, encantando-a num ambiente de imaginação, criatividade e emotividade.
Honestamente e claramente;
Fazendo uso de habilidades lingüísticas  favorecendo o aumento do vocabulário, e seqüência de inicio, meio e fim; causa e efeito.

As personagens vão mudando, o contexto vai mudando as palavras vão mudando, as rimas vão aparecendo, os jogos vocálicos aparecerão espontaneamente e criativamente. A única coisa que não poderá mudar na estória são os objetos que não podem ser esquecidos na escola nem em casa.

Diariamente fazendo isso mudando a personagem, as características mas mantendo os objetos, a rotina se estabelece e a memória funciona em seus resgates, buscando os objetos que não podem ser esquecidos, visualmente, emotivamente e ludicamente. Ligados a uma situação prazeiroza e não punitiva.

Se a joaninha esquecer, ela volta e busca. Sem punição erro ou culpa.
 Com o tempo a criança vai lembrando sozinha de checar essas coisas.
Calma e paciência.
 Compreensão e aceitação.
 Empatia com a criança.

Não estou dizendo que  devemos dizer: “tudo bem esquecer. Tem outro.”
Ou “amanha pega. Não faz diferença”.

 Deve ser reforçado que não deveria esquecer mas  evite repetir  “de novo esqueceu?!” Aconselho dizer apenas: ”esqueceu? Não deveria ter esquecido temos que lembrar de  checar a lista da joaninha.... e fala a historinha de novo”.

E pode repetir: pra não esquecer temos que
 lembrar do estojo que guarda a caneta brilhante,
Da lancheira que guarda a bolacha dançante, da garrafinha com gelo saltitante,
Do dever encantado
Do óculos de visão de raio x ( e repete todos os 6 itens novamente.)
 Sem irritação, com calma porém com firmeza.
Ser tolerante com a falha é diferente de aceitar-la.

O importante é dar estratégias para evitar a falha. Sanar e não punir.
 Educar. Condicionar.
É de bom tom dizer “temos que lembrar” e não “você” tem que lembrar.... pra não cair na acusação e culpa.

Retomando:
1)      imagem
2)      contexto
3)      repetição
4)      auxilio e não punição



Esclareço que essas estratégias que disponibilizo no blog, são estratégias que venho utilizando com sucesso no consultório, como apoio, e que podem auxiliar os pais e professores na convivência com crianças com déficite de atenção.
Não são estratégias cientificas e nem existem estudos sistemáticos sobre elas.
É um compartilhamento de experiência profissional associado a minha experiência pessoal. 
E auxilia também crianças sem deficite de atenção na sua modulação e aprendizagem.
Está baseada no poder reformador e formador que a linguagem tem no comportamento, na organização do pensamento  e na amplitude lingüística que as estórias proporcionam as crianças e adultos de modo geral;
Oferece um ambiente de experimentações e expressão de sensações, vivencias e revisitação das atitudes.
Não é de forma alguma uma solução para a questão da concentração e atenção cuja terapia fonoaudiológica formal é indicada depois de exames específicos como o p300 e o PAC alem das avaliações neurológicas, psicológicas, psicopedagogicas que juntas fecham um diagnostico.
Depois de diagnosticado,  a terapia em cabine é recomendada e em seguida vem a terapia do processamento auditivo realizada por fonoaudiólogos em consultório, formalmente.
Portanto essas estratégias NÃO substituem a terapia formal do deficite de atenção e suas multiplas abordagens

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