Pular para o conteúdo principal

Recursos vocais para professores

Os recursos vocais podem ser usados na sala de aula pelo professor, usando as técnicas intencionalmente, com objetivo de otimizar, facilitar e conduzir a atenção e aprendizagem do aluno. As técnicas vocais também auxiliam na saúde vocal do professor.
A aprendizagem acontece na integração das informações captadas pelos sentidos e processadas pelo cérebro. Toda aprendizagem traz em  seu bojo um conjunto de emoções.
Cada pessoa prioriza um canal de entrada específico e apreende o mundo e as experiencias nele vividas. Priorizar um sentido não significa excluir os demais. Fazemos uma percepção global que envolve todos os sentidos: a audição,   a visão, o olfato,  a cinestesia. O professor deve ter em mente a diversidade das habilidades dos seus alunos e pode explora-las com técnica direcionada na sua forma de falar. (Conforme a intensão do momento).
Todos esses sentidos que captam as experiências intrínsecas do mundo onde estamos inserido e provocam emoções. São essas emoções que fixam a aprendizagem. O caminho neural e a química cerebral das emoções estão diretamente ligadas a aprendizagem. 
O professor pode escolher explorar esses canais de acesso e oferecer as pistas considerando as tendencias individuais de cada alunos na sua sala de aula.
 Com a voz e fala e professor constrói imagem mental para os alunos visuais, envolve os alunos auditivos  na musicalidade da sua fala, provoca sensações táteis  e de movimento em seus alunos cinestésicos, podendo inclusive criar um ambiente perfumado com as induções olfativas. 
Ao cri-las o professor promove um acesso subconsciente  e cria impressões e memória de aprendizagem pelo  lastro emocional provocado ou evocado.

Sendo assim o professor deve ser expressivo e natural em sua comunicação. Falar de forma conectada com seus sentimentos e emoções relacionado a seu conhecimento que quer transmitir; colocando todas essas habilidades na sua voz e fala. Isso extrapola a mensagem e o conteúdo; Perpassa pela forma de falar e de usar a voz.
É importante uma articulação precisa, aberta que permita a transmissão e entrega do conteúdo para a aprendizagem. A voz que seja agradável, confortável para o falante e para o ouvinte, congruente com a imagem do professor sem oferecer informações que interfiram ou sobressaiam ao discurso. Que chame a tenção desmedidamente. Estamos falando sobre a forma de entregar esse conteúdo pelo discurso.

As estratégias de como de utilizar potencialmente os recursos vocais, trazem benefícios aos professores e aos alunos. Que são o emissor e o receptor do dialogo  na sala de aula.
O aluno tem sua capacidade de aprendizagem ampliada e seu tempo de atenção prolongado. Facilita a manutenção do foco de atenção, e este quando perdido é recuperado de forma mais fácil e eficiente quando há mais pistas para ele se apegar e reentrar no processo de escuta, experiencia e sensação, da aprendizagem. Quando o aluno está sendo conduzido pela melodia vocal, ele volta sua atenção de forma mais rápida, pois se apega a pista auditiva. A voz alem da informação, transmite emoções e causa sensações, e esse causar emoção prazerosa no aluno faz com que ele aprenda mais rápido e melhor. Acessar emoções, também promove identificação, conexão e vence resistências.
Para o professor os benefícios são alem dos emocionais, já que com conexão a fala e a informação flui melhor e a troca acontece de forma mais verdadeira, o beneficio físico pois a utilização dos recursos vocais distribuem melhor as forças musculares exigidas na produção da voz e na fala laboral. Falar torna-se prazeroso, leve e confortável. Previne lesões, rouquidões, disfonias e doenças vocais.

Sabendo os caminhos, o impacto e os benefícios dos recursos vocais vamos nomeá-los: velocidade, intensidade, pausas, melodia e tom.
Todos funcionam como marcadores de ênfase no discurso. Com ele posso destacar as informações importante e aquelas que os alunos devem memorizar de forma natural.
 A velocidade pode ser aumentada e diminuída, e se adequa ao ânimo da turma e a complexidade da informação. Posso destacar com velocidade lentificada e revisar com velocidade aumentada. Introduzir o assunto com velocidade aumentada e especificar e detalhar com velocidade reduzida.
As pausas funcionam como  eficientes marcadores de atenção e podem ser pausas duras e mais repentinas, pausas com prolongamentos de vogais, e pausas preenchidas. O incremento da melodia, o subir  e descer cadenciado do ritmo e intensidades,  deve ser orquestrado de maneira natural. Posso com a minha voz falar trechos ou palavras mais agudas e ou mais graves, variando dentro da frase conforme seu valor comunicativo; posso também aumentar e abaixar o volume, variando a intensidade. O importante é manter a variação melódica e tornar o discurso prazeroso fácil e mais próximo ao diálogo presencial. 
É na habilidade sonora que transporto as sensações e a intensão de dialogo interativo que a aula gravada não permite acontecer.  Preciso então que a voz ofereça esse espaço de diálogo interno questionamento e conclusão, passos do raciocínio envolvido na aprendizagem. A aprendizagem acontece na troca, na interação social, que na situação atual, tem sido intermediada pelos meios de comunicação: computador, celular e internet.

Para utilizar os recursos vocais devemos estar atento a psicodinâmica vocal: o impacto e impressão que ela causa, a emoção que ela constrói ou acessa. 
A psicodinâmica vocal pode ser investigada e treinada pela estrategia de gravação e análise crítica. Sem julgamento subjetivo, mas de forma objetiva, checando o que funcionou ou não na comunicação; aceitando as pequenas falhas humanas e aceitáveis de comunicação. Gravar, assistir, aperfeiçoar e experimentar versões é o aprimoramento da psicodinâmica e tem a ver com o auto conhecimento e desenvolvimento pessoal.

Mas em quais situações esses recursos vocais podem ser utilizados? em toda a situação que envolver comunicação. Seja na aula gravada, na interativa online ou na presencial.  A aula gravada exige muito mais das habilidades e os recursos vocais auxiliam na sensação de interação; já que os elementos de comunicação presencial são reduzidos na comunicação  virtual. 
 Os elementos que os alunos utilizavam inconscientemente para manter atenção e fortalecer o aprendizado, existem de forma reduzida na comunicação virtual, e devem ser incorporados e transmitidos na voz pela fala.
 
Espero que essa nossa conversa sobre comunicação e os recursos vocais que podemos utilizar  tenha contribuído para facilitar a sua comunicação profissional como professor e extrapolado a indicação simplista do uso dos recursos vocais de velocidade, melodia, intensidade, pausas, volume e tom de voz.
boa sorte, e obrigada por passar esse tempo comigo.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

dois oradores

           Podemos observar diferenças de estilos e de estratégias nos dois oradores   ( aqueles q abordamos em aula e que peço que não mencionem   os nomes, por favor). Estou usando-os porque para nós foram exemplos vivos de boa oratória. Vamos iniciar ressaltando que são duas pessoas bem diferentes no estilo de ser, o que reflete obviamente no estilo de falar. Ambos muito bons.   O primeiro abordou um assunto muito explorado, que já trás no bojo pré conceitos por parte da platéia. O segundo   trouxe um assunto   que pôde ser aprofundado e não contava com um pré conceito da platéia.   Daí, pudemos ver a diferença no comportamento dos oradores ao responderem as perguntas. O primeiro não pôde respaldar-se totalmente no seu discurso porque não pôde aprofundar como a platéia exigiu nas perguntas. O segundo como explorou mais e em profundidade, estava mais didático, com intuito de ensinar realmente, pôde responder fazendo referências ao próprio discurso com mais facilidade que o primeiro.

reflexões sobre educar.

Recebi um texto belíssimo e muito correto de uma jornalista   publicado numa revista semanal, falando sobre educação, preparo para a vida, limites, frustrações e felicidade. E veio mesmo de encontro aos meus pensamentos de inicio de ano letivo quando me encontro com os desafios de educar e formar, tanto como professora quanto como mãe. Educar   e formar acontece dentro e fora da sala de aula. Na arte de lidar com pessoas moldamos e somos moldados reciprocamente. Não há um aluno que não te acrescente, não há uma aula dada que não se saia maior. Não há um dever de casa da alfabetização que não reavive o meu saber por um outro caminho, um outro viés. Um outro olhar sobre o aprender. É essa infinitude de vieis do aprender que me encanta. Lido com crianças aprendizes das formalidades educativas há vários anos. E recentemente lido também com jovens homens em formação. Em toda situação o aprendizado acontece, mas nenhum deles ate hoje aconteceu percorrendo o mesmo caminho, embora as